Páginas

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Falta de equilíbrio

Compareci a apresentação de Tite no CT Joaquim Grava. Na parte a entrevista coletiva, estavam presentes o novo treinador e o diretor de futebol, Mario Gobbi. Dois sujeitos extremamente diferentes. O técnico é educado, responde ao que foi perguntado com atenção, não levanta a voz e fala com responsabilidade. Quando perguntado como é ser tão equilibrado, o técnico falou: “Equilíbrio é um exercício diário. Ninguém nasce equilibrado ou desequilibrado.” Claro que Tite será cobrado dentro do campo, pelos resultados. Só que fica uma imagem positiva para a imprensa e os torcedores.

Em compensação, Mario Gobbi é o oposto. Após o comandante deixar o campo, Gobbi foi entrevistado na sala de imprensa. Antes, com Tite ao lado, o diretor se mostrava completamente a parte da entrevista co técnico, tanto que quando o treinador passou uma pergunta para o dirigente, ele nem sabia do que se tratava. Ao falar sobre os problemas com torcida, Gobbi disse: “Se algo está fervendo é da porta para fora. Aqui, estamos no Pólo Norte.”

Quem deve ter viajado pelo Pólo Norte foi o diretor. Pois demissão de técnico, invasão de torcidas organizadas em dois treinamentos, reclamação de jogadores sobre essa invasão. Se com tudo isso, está tranqüilo, imagina quando estiver um clima quente!

Mais algumas frases foram para nos convencer que somos todos idiotas. “A conversa entre torcida e atletas na últimas sexta-feira foi de alto nível”, ou “Os torcedores não passaram do limite.” Pois bem, claro que não sabemos qual o conteúdo das conversas entre atleta e torcida (Gobbi disse que os torcedores expressaram preocupação com uma eventual perda do título brasileiro), mas para quem estava com faixas xingando jogadores de ‘merda, imbecis’, não sei se chegariam a um alto nível.
E se gritar nas arquibancadas ‘ou joga por amor, ou joga por terror’ não é passar do limite, tudo bem.

Para fugir do assunto, Gobbi descascou os jornalistas, falando que não pensamos no que escrevemos, e que ele, como delegado, pensa mais vezes antes de prender alguém do que nós fazemos para escrever. Ao falar de como é democrático citou mais uma vez com é na delegacia, sem ser perguntado sobre.

Seria bom se ele assistisse entrevistas do novo treinador. Sempre há tempo para mudar o jeito e ser mais educado. Com disse Tite: “Equilíbrio é um exercício diário.”

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Fahel Junior é o treinador do Santo André

Fahel Junior é novo treinador do Santo André. Após a demissão de Sergio Soares na derrota para a Portuguesa, a diretoria do Ramalhão já agiu rápido.

Fahel já passou pelo time do ABC, e agora tem de tirar o clube da zona de rebaixamento. Já Soares pode aparecer em um time da primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

domingo, 29 de agosto de 2010

Tempos de bonança



Fazia tempo que o futebol carioca não apresentava uma situação que acontece agora no Campeonato Brasileiro. O Fluminense lidera com três pontos de vantagem sobre o segundo colocado e aparece como favorito ao título. O Botafogo está na quinta posição, enquanto o Vasco subiu muito e está invicto desde a volta da Copa do Mundo, ocupando a nona colocação. O Flamengo é que destoa um pouco, mas a chegada de Deivid e Diogo anima a perspectiva para o futuro.

Mais do que uma posição acima ou outra abaixo, o que se vê no Rio de Janeiro é um trabalho mais sério do que os que eram realizados há décadas atrás, quando a briga era só para não cair (Vasco, Botafogo e Fluminense inclusive foram para a segunda divisão). Desde a direção até as respectivas comissões técnicas, se vislumbra uma saída do amadorismo que pairava entre os quatro grandes.

O Fluminense é um caso a parte, pois sobra dinheiro do patrocinador, e é sempre possível fazer um time forte. Um exemplo é que a equipe foi vice-campeã da Libertadores em 2008. Porém, não pense que o investimento é feito sempre da maneira correta. Os dirigentes muitas vezes colocam os pés sobre as mãos e desastres acontecem. Neste ano é diferente, pois Muricy Ramalho é quem dá as cartas. O Flu tem padrão de jogo, atletas diferenciados e boas opções de banco.

Já o Botafogo surpreende muito, mas também aprendeu com outros anos e percebeu que o estadual não é parâmetro. Apesar de ser campeão carioca, o time formou um elenco maior, investindo em jogadores que tinham identificação com o clube, casos de Maicossuel e Jobson.

Grandes ídolos na direção dos clubes também é um pressuposto de boa coisa. Roberto Dinamite subiu com o Vasco em 2009 e faz bom trabalho ao lado de Paulo Cesar Gusmão, único treinador que ainda não perdeu no Brasileirão. Além disso, chegaram reforços interessantes, como Zé Roberto, Felipe e Eder Luis.

Zico tenta dar um jeito em um dizimado Flamengo. O título de 2009 não foi um exemplo a ser seguido, por incrível que pareça. Tanto que não deixou nenhum legado, pelo contrário. 2010 foi um ano de confusão atrás de confusão no rubro-negro.
Apesar da má fase do Palmeiras e do São Paulo, o futebol paulista ainda é o melhor gerido e o mais competitivo do país. Mas o Rio está evoluindo. Quanto vai durar essa bonança, ninguém sabe. Depende somente de quem comanda o futebol, e de mais ninguém.