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domingo, 29 de agosto de 2010

Tempos de bonança



Fazia tempo que o futebol carioca não apresentava uma situação que acontece agora no Campeonato Brasileiro. O Fluminense lidera com três pontos de vantagem sobre o segundo colocado e aparece como favorito ao título. O Botafogo está na quinta posição, enquanto o Vasco subiu muito e está invicto desde a volta da Copa do Mundo, ocupando a nona colocação. O Flamengo é que destoa um pouco, mas a chegada de Deivid e Diogo anima a perspectiva para o futuro.

Mais do que uma posição acima ou outra abaixo, o que se vê no Rio de Janeiro é um trabalho mais sério do que os que eram realizados há décadas atrás, quando a briga era só para não cair (Vasco, Botafogo e Fluminense inclusive foram para a segunda divisão). Desde a direção até as respectivas comissões técnicas, se vislumbra uma saída do amadorismo que pairava entre os quatro grandes.

O Fluminense é um caso a parte, pois sobra dinheiro do patrocinador, e é sempre possível fazer um time forte. Um exemplo é que a equipe foi vice-campeã da Libertadores em 2008. Porém, não pense que o investimento é feito sempre da maneira correta. Os dirigentes muitas vezes colocam os pés sobre as mãos e desastres acontecem. Neste ano é diferente, pois Muricy Ramalho é quem dá as cartas. O Flu tem padrão de jogo, atletas diferenciados e boas opções de banco.

Já o Botafogo surpreende muito, mas também aprendeu com outros anos e percebeu que o estadual não é parâmetro. Apesar de ser campeão carioca, o time formou um elenco maior, investindo em jogadores que tinham identificação com o clube, casos de Maicossuel e Jobson.

Grandes ídolos na direção dos clubes também é um pressuposto de boa coisa. Roberto Dinamite subiu com o Vasco em 2009 e faz bom trabalho ao lado de Paulo Cesar Gusmão, único treinador que ainda não perdeu no Brasileirão. Além disso, chegaram reforços interessantes, como Zé Roberto, Felipe e Eder Luis.

Zico tenta dar um jeito em um dizimado Flamengo. O título de 2009 não foi um exemplo a ser seguido, por incrível que pareça. Tanto que não deixou nenhum legado, pelo contrário. 2010 foi um ano de confusão atrás de confusão no rubro-negro.
Apesar da má fase do Palmeiras e do São Paulo, o futebol paulista ainda é o melhor gerido e o mais competitivo do país. Mas o Rio está evoluindo. Quanto vai durar essa bonança, ninguém sabe. Depende somente de quem comanda o futebol, e de mais ninguém.

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